top of page
  • instagram WEE
  • tiktok WEE
  • Spotify WEE
  • pinterest WEE

UNIVERSO

vinicius760

Nosso acervo Miragem surgiu a partir de um quartzo fumê com uma lapidação diferente das habituais e que um fornecedor nos presenteou com algumas unidades para criamos livremente, sem pré concepções. Essa lapidação é denominada espelho e, como seu próprio nome diz, essa forma de lapidar pedras preciosas traz profundidade e reflexos simétricos a partir dos caminhos da luz refletidos nas faces da pedra. Esses percursos luminosos acontecem também em grandes escalas e diferentes superfícies, muitas vezes corriqueiros em nosso dia a dia, são fenômenos ópticos chamados de Espelhismo, ou também conhecidos como Miragens.


Em resumo, superfícies muito quentes ou muito frias deformam as trajetórias de raios de luz, causando o que habitualmente chamaríamos de alucinações, enquanto na realidade são reflexos de imagens que existem de verdade. A partir desse entendimento de Miragens (ou fenômenos ópticos), nós passamos a explorar o quartzo fumê que tínhamos em mãos dentro da história mais conhecida e corriqueira que nos vem a mente quando pensamos em uma Miragem: o famoso Oásis.


Oásis são lugares reais, é verdade que é possível encontrar uma porção de água em meio às dunas do deserto, mas nossa perspectiva partiu de um lugar mais lúdico, de uma lembrança infantil presente em desenhos animados onde o personagem com sede e muito calor mergulha em um lago cercado de palmeiras para finalmente se refrescar, porém acaba enterrado em mais areia ao perceber que aquele Oásis não passava de uma alucinação. Isso tudo porque, como você já deve ter presenciado, em dias muito quentes é comum vermos na areia da praia, nas estradas ou até mesmo no campo gramado, imagens tremulas com reflexos distorcidos de porções do céu ou da paisagem ao redor. Esse é o fenômeno óptico de Miragem que explicamos no começo do texto e que serve como referência para as situações dos desenhos animados.


Como toda essa história foi transportada para as joias? Bom, nós assumimos que o quartzo fumê seria nosso Oásis e estaria no centro da joia, uma vez que foi o cerne criativo de todo acervo e responsável pela pesquisa das Miragens que estariam por vir. Já as referências mais lúdicas foram então transportadas para o corpo do anel, do centro aos extremos da seguinte forma: O quartzo fumê central é emoldurado por um volume que se solta do topo do anel através de recortes vazados com a intenção de algo que parece difícil de alcançar, mas ao tempo é sólido e inebriante. Seu acabamento Vermeil com textura levemente granulada faz referência à areia quente do deserto que próxima ao Oásis se destaca de seu entorno infinito. Já o aro do anel em prata polida assume as repetições incansáveis das dunas em meio a imensidão do deserto através de vincos circulares que não apresentam começo nem fim.

Esse é o primeiro capítulo do acervo Miragem, que se apropria de alguns conceitos físicos do que são Miragens verdadeiramente, mas também brincam com um conceito lúdico e divertido do entendimento sobre Oásis. O ponto de partida para os próximos quatro capítulos. Conheça o restante das joias Miragens:




Vinícius



A WEE nasceu como sinônimo de minimalismo, aquilo que nos é essencial e único. Ao longo do amadurecimento da marca, simbologias atreladas ao mundo da joalheria foram sendo absorvidas junto à tudo que nos é assimilado cotidianamente em diferentes campos culturais, ambientais, sociais e tecnológicos, acumulando assim representatividade.


O essencial que então se transforma em essência. Essência que sempre esteve e está exatamente na potencia única que carregamos como indivíduos, com o objetivo de expressar aquilo que não é comum à todos, tão pouco nos define e limita, mas sim potencializa identidades únicas, e o mais importante, sem redefini-las.


O espaço de acolhimento da loja, no qual materiais refletivos e metálicos encontram materialidades sólidas e sutis, inverte certas lógicas rígidas do que se espera de uma joalheria. Aqui, o carpete que reveste o piso e aquece o ambiente se transforma também em luminária, destacando o balcão expositivo, que apesar de espelhado é uma grande massa sólida e robusta. A escolha dos mostruários, que destacam as joias expostas, também segue a lógica da contraposição, assim como a prata e o ouro, que são metais rígidos e de toque frio, encontram a sutileza e o toque quente da nossa pele, o suede e inox são utilizados de maneira conjunta, representando dois universos opostos e também complementares. Essa mesma lógica se repete no encontro entre o carpete e o metal que reveste as paredes em meia altura e é arrematado por um perfil metalizado, reproduzindo uma ferramenta de decoração clássica, os rodameios, em uma composição simbólica e atual.


Em contraponto a todo esse olhar contemporâneo e assumindo a força que a tradição e a história representam na joalheria, todos os demais móveis (com exceção do balcão expositivo) são garimpos das décadas de 60 a 80 ou móveis das famílias dos fundadores que já não teriam mais uso. Como na sala de atendimento reservado para desenvolvimento de projetos sob demanda, que mistura mesa e aparador da família com espelho de piso de Roger Legal dos anos 1970, cadeiras em alumínio dos anos 1980 re estofadas com tecido metalizado e arandelas da Lustres Pelotas dos anos 1960.


A sensação que trazemos através da marcação rígida de geometrias, dos encontros e oposições entre materiais e revestimentos, além de apresentar escolhas únicas dentro do universo da WEE e reforçar a importância de assumirmos nossas próprias identidades, sugere também o ato de imergir em uma grande caixa de joias, de onde surgiu o nome do nosso espaço WEE BOX.





Vinícius

Nesse post estreiamos um novo formato aqui no WEETHINGS e ninguém melhor do que nosso talentoso amigo Jeferson Branco para iniciar essa série de convidados e experiências inéditas. Recentemete, Jeferson visitou a casa da potente artista plástica brasileira Tomie Othake a convite de seu neto, Rodrigo Othake, e compartilhou com a gente a história e os sentimentos dessa visita, junto com fotos de sua autoria.


A residência localizada no bairro Campo Belo, zona sul de São Paulo, é um marco arquitetônico que Jeferson descreve a seguir:




“Simples, mas jamais simplista: Casa da Tomie Ohtake, uma Obra de Ruy Ohtake”



No efervescente universo da arquitetura brasileira em um recorte de espaço e tempo paulista na década de 1980, a casa de Tomie Ohtake, projetada por seu filho Ruy Ohtake, surge como uma obra que rompe paradigmas. Imersa em uma fusão poética entre arte e arquitetura, essa residência não foi apenas um lar, mas uma ode à estética moderna e uma reverência ao legado de Tomie, uma das artistas plásticas mais ovacionadas do Brasil.


Concluída ao final da década, a casa localizada em São Paulo reflete a sinergia única entre mãe e filho. Ruy, influenciado pela vivacidade artística de Tomie, onde a máxima invertida também é verdadeira, desafiou os conceitos tradicionais de espaço doméstico, criando não apenas uma residência, mas quase que um santuário de geometrias, luz e texturas.


Diferenciando-se em sua forma externa, a casa rejeita o prisma ortogonal convencional, priorizando, ao invés disso, curvas que evocam movimento e fluidez, características reverenciadas nas obras de Tomie. Essa escolha estilística não foi apenas um tributo à matriarca, mas também uma afirmação do movimento artístico e arquitetônico que ambos, mãe e filho, representam.


Internamente, a casa de Tomie é um diálogo constante entre o concreto e o ambiente externo natural, onde janelas amplas permitem que a luz revele os detalhes meticulosos do interior. Cada quarto foi concebido como uma moldura viva, com espaços que, apesar de sua modernidade e minimalismo, são aquecidos pela presença constante de obras de arte, na sua maioria criadas pela própria Tomie, bem como obras presenteadas por outros amigos artistas.


No entanto, o que realmente solidifica a importância desta casa no contexto cultural brasileiro é como ela serve como um relicário do processo criativo compartilhado entre Tomie e Ruy Ohtake. A residência é mais do que arquitetura; é uma narrativa que conta a história de uma família imersa na busca constante pela expressão e inovação artística, visto as duas ampliações que a casa passou sempre em busca de espaços adequados para as criações de Tomie.


A casa de Tomie Ohtake permanece até hoje como um monumento à inventividade e ousadia, características que definiram a carreira de Tomie e Ruy, e a influência de sua arte no panorama cultural. Mais do que isso, estabelece-se como um testamento duradouro da admiração do filho e sua dedicação em imortalizar o ethos de sua mãe em cada espaço, curva e sombra de sua magnífica criação.




Jeferson Branco


 

Sobre o autor: Jeferson Branco é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UNIVALI e pela Califórnia Baptist University. Desde 2017 vem acumulando importantes prêmios em concursos e mostras nacionais e desde 2020 atua como diretor criativo em seu escritório homônimo, no qual desenvolve projetos de arquitetura, nas mais diversas escalas, em todo o Brasil e na Flórida, nos Estados Unidos. Além de constantes convites para ministras palestras, Jeferson também cria e desenvolve projetos de mobiliários com parcerias exclusivas. Sua relação com a WEE começou em um evento que realizamos no Cartel011 em 2022 onde compartilhamos um pouco de nossas histórias e instantaneamente conectamos os universos criativos de cada um.


bottom of page