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UNIVERSO

criação e desenvolvimento de um projeto especial


Ano passado, durante as fotos de nossa campanha Claude, realizada na Casa Domschke, nossa fotógrafa nos contou sobre uma coleção de pedras que ela havia ganhado de sua avó materna há quase 40 anos, presente esse que tinha muito a ver com um sonho adolescente da época de se tornar gemóloga.


Com o amadurecimento, novas paixões surgiram e os caminhos da vida acabaram trazendo a fotografia como forma de expressão pessoal e profissional. Mas as pedras de sua avó Branca, e também materiais que ganhava de conhecidos e amigos de sua mãe a respeito de gemas naturais, mantinham o lugar especial de afeto e seguiam aguardando o momento em que deixariam de ser itens individuais e ganhassem corpo.


Ao nos contar toda essa história e sinalizar a vontade de transformar as pedras em joias, imediatamente marcamos uma conversa em nossa Caixa de Joias para que a Gra pudesse nos apresentar essa coleção de gemas, claro, mas também para falarmos mais a respeito da história por trás desses presentes repletos de afeto.


Durante nosso café na WEE BOX, a Gra nos contou sobre a personalidade e estilo de sua avó Branca, seu estilo autêntico e desprendido das imposições de uma época em que as mulheres eram mais pressionadas a se vestir e se apresentar de forma "tradicional" e semelhantes umas às outras. Também compartilhou histórias dos materiais que colecionou quando adolescente sobre o universo de pedras preciosas, como o livro "Gemas do Mundo", que uma joalheira amiga de sua mãe havia lhe dado de presente. E, é claro, nos apresentou as pedras que foram o início de toda nossa conversa sobre essas ricas memórias: citrinos, topázios, quartzos e ametistas de diferentes tamanhos e formas faziam parte da coleção, e uma lapidação específica chamou nossa atenção e logo se tornou foco principal da nossa ansiedade criativa: a lapidação cabochão.


Esse tipo de lapidação consiste em pedras que (geralmente) têm uma base plana e um topo sempre convexo, como meio ovo de Páscoa, por exemplo. Inclsuive nossas pedras do icônico anel Claude são cabochões, que, apesar de terem seu contorno orgânico, apresentam uma base plana e o topo curvo, figurativamente como uma montanha.


Retomando nossa conversa com a Gra, seu desejo era, de fato, eternizar o uso dessas gemas, ou seja, transformá-las em joias que acompanhariam sua vida, e a única premissa era que fizéssemos um anel para cada filha, ambas na casa dos 20 anos, para que ela pudesse presenteá-las com as pedras que um dia pertenceram à bisavó das meninas.


Com todos esses significados em mente e as pedras em mãos, nossa certeza antes mesmo dos primeiros croquis era que essa linha que apresentaríamos precisava ter um forte apelo de perpetuidade, ou seja, um desenho com fortes características contemporâneas e que ainda assim carregasse símbolos do passado, como se as joias resultantes desse processo criativo pudessem ser transportadas diretamente para o universo de dona Branca, passassem pela geração de sua filha Lúcia e, ao mesmo tempo, fizessem total sentido para o universo de Luiza e Marina, filhas de Graziella.


Com isso, além do nosso olhar contemporâneo, nossas inspirações buscaram referências dos anos 1960, com movimentos modernistas orgânicos que surgiam na produção arquitetônica global, assim como também nos anos 1980, com o universo das joalherias clássicas que passaram a explorar a lapidação cabochão em joias volumosas, robustas e statement.


O resultado se deu em um colar e quatro anéis que usavam essas pedras cabochão, superando não só as expectativas da Gra com as novas joias da família, como também nos deixando com um gostinho de "quero mais". Afinal, trabalhamos com uma quantidade limitada de pedras disponíveis, enquanto o desenho fluido, aconchegante e, ao mesmo tempo, imponente pedia que explorássemos mais a forma, a cor e a relação dessas joias.


Aqui vai um spoiler: mesmo após entregar as joias para Gra e sua família, passamos a explorar o desenho original, estudando novas formas, ângulos, cores e propostas para o que poderia se tornar uma linha mais extensa daquele universo.

Próximo ao carnaval desse ano de 2025, recebemos um convite um tanto quanto inusitado, que carregava um desafio inédito e bastante provocativo para nós como mentes criativas. Sob o tema "Homem e Máquina" proposto na 14a edição da Design Week de São Paulo, a ByKamy, tradicional grife de tapetes do país, montou a exposição "Arte, Heróis e Tecnologia" em parceria com a Warner Bros. Brasil. Na qual apresentou com desenvolvimento inédito uma série de tapetes caracterizando diferentes super heróis da DC Comics, como Batman, Super Homem, Mulher Maravilha, The Flash e demais clássicos.

tapete o Homem de Aço criado pela ByKamy para a DW!
tapete o Homem de Aço criado pela ByKamy para a DW!

Como maior festival urbano de arquitetura e design do país, a DW! é um evento que busca promover o criativo, a mistura de tecnologias, de diferentes áreas e tendências a fim de enaltecer o que temos de melhor no universo do design brasileiro. E com esse entendimento a ByKamy e a Warner Bros. Brasil quiseram agregar à exposição novos olhares artísticos que dialogassem com o universo dos quadrinhos, mas também capazes de conversar com o público apaixonado por design e arquitetura. Nesse momento surge o convite feito à WEE com uma diretriz muito clara: apresentar o poderoso e icônico Anel do Lanterna Verde.


Esse convite não se tratava de uma encomenda do clássico anel dos quadrinhos, ou seja, nos foi dada total liberdade dentro desse projeto, com prazo para desenvolvimento e produção recorde.


Prontamente mergulhamos na história do personagem principal para entender mais sobre a peça, que é o ícone por trás da criação do Lanterna Verde, e também suas simbologias, funções e o que mais nos trouxesse inspiração como ponto de partida para criar essa joia, com uma proposta tão diferente do que habitualmente nos inspira em nossas linhas.



tapete Lanterna Verde criado pela ByKamy para a DW!
tapete Lanterna Verde criado pela ByKamy para a DW!

Nosso "start" criativo se deu com dois pontos distintos, o primeiro se aprofundou um pouco mais na simbologia e na história de anéis como joias, onde traçamos um paralelo ao significado criado pela DC Comics:


Como um elemento capaz de fornecer super poderes, o anel do Lanterna Verde tem sua referência no universo da joalheria que, por sua vez, apesar de usada como ornamento, também confere confiança, auto estima e atitude. Em ambos os casos, o anel pode ser lido como amuleto, um objeto que carrega virtudes e protege quem o guarda consigo.


Já nosso segundo ponto de inspiração, talvez mais óbvio, veio no formato do próprio logo do Lanterna Verde, que é pura geometria com seu círculo central e linhas paralelas.


Dessa forma, propusemos uma joia ritmada, desconexa de uma estética padrão de anel, seja ele tradicional ou dos quadrinhos, mas interligada àquela simbologia primordial de joia. Um objeto que adquiri a função de anel ao mesmo tempo em que pode ser vestido como amuleto ou ainda planar como escultura, objeto contemplativo. Um único símbolo capaz de carregar o que seu portador crer.


anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!
anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!

Mais do que um projeto especial com objetivo de explorar diferentes universos e se apresentar como escultura para um evento específico, também buscamos trazer para a joia nossa pesquisa de materiais alinhados com o objetivo da WEE de oferecer soluções mais éticas sócio-ambientalmente. Com isso, toda a prata de lei utilizada é proveniente de outros objetos de prata que já circulavam no mercado, ou seja, uma matéria prima de reúso que não gera novos impactos exploratórios e aproveita metais nobres de pratarias que já não tinham mais uso e acabaram perdendo sua função.


Também as Turmalinas Verdes são gemas naturais provenientes do estado de Minas Gerais, comercializadas com completa rastreabilidade produtiva, buscando o mínimo impacto ambiental possível no processo de mineração e garantindo condições de trabalho dignas à cadeia de trabalhadores envolvida em todo o processo produtivo.


Uma joia desenvolvida por nós para DW! 2025 que se apresenta com linguagem criativa única intrínseca ao preciso trabalho manual de artesãos da WEE, ao mesmo tempo em que explora novas soluções para uma produção mais ética. Um anel poderoso como o herói Lanterna Verde, potencializando um ciclo luminoso infinito.


Vinícius

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anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!
anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!

anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!
anel Lanterna Verde criado pela WEE para a DW!


O terceiro capítulo do nosso acervo Miragem foi sem dúvida o mais atípico entre os fenômenos ópticos que exploramos. Se você ainda não leu sobre o início das joias Miragem, clique aqui para saber como começamos esse acervo inspirado em fenômenos e ilusões ópticas. Se no primeiro capítulo nós trabalhamos a ideia mais lúdica de Oásis e no segundo reproduzimos o efeito real do Halo Solar, nesse terceiro capítulo há uma mistura entre o que é real e o que é ilusão. Talvez muitos de vocês não conheçam essa Miragem, nós também não conhecíamos antes da pesquisa de desenvolvimento do acervo, mas Fada Morgana é uma ilusão que ocorre no horizonte do oceano, onde massas de ar criam deformidades no caminho da luz fazendo com que navios pareçam flutuar.


De forma simplificada o que nossos olhos na realidade veem nesse caso são reflexos formados pelos raios de luz que não conseguem chegar de forma linear até nós, por isso os navios que parecem flutuar estão, na realidade, sendo refletidos no céu, mas obviamente que permanecem no oceano. Além dessa imagem de “navios voadores” a ilusão também pode transpassar imagens distorcidas de grandes ilhas, fazendo com que elas pareçam mais longas, altas e até mesmo duplicadas. Essa grande diferença na forma como experimentamos esse fenômeno se dá por conta de distorções causadas pelo ar frio, enquanto nos casos anteriores as miragens eram causadas pelo ar quente.


Uma curiosidade sobre esse fenômeno está em seu nome, que traz das lendas do rei Arthur a feiticeira Morgana (em italiano Fata Morgana) e seus poderes mágicos em poder transformar sua aparência.


Na joia da família Morgana nós exploramos essas características do fenômeno que transpassa a sensação de flutuação. Para isso escolhemos um cristal de rocha retangular, de lapidação espelho (como as pedras das outras famílias do acervo) e de dimensão mais robusta, porque queríamos que essa pedra tivesse uma presença visual mais impactante, puxando o olhar e gerando curiosidade no aro prata que rodeia esse cristal e leva à revelação de que a pedra está completamente solta do aro do anel, como se voasse em meio a joia. Seu tom cristalino reflete e fortalece em parte essa ilusão óptica, ao mesmo tempo em que dá importância aos topázios azuis que adicionam as nuances do oceano e do céu.


Por fim, o brinco e o solitário Morgana carregam topázios de azul intenso, com uma lapidação única e desenvolvida como referência a imensidão azul desse terceiro fenômeno que encerrou o acervo Miragem em 2022.




Vinícius

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