Criar é sempre se surpreender, pelo menos para nós, já que não seguimos sempre uma mesma "receita". Algumas coleções surgem quando resgatamos nossos repertórios, sejam eles conhecimentos adquiridos em determinados temas como as cidades e suas construções, sua arquitetura, sejam eles experiências vividas em determinada viagem, com acesso a uma cultura diferente. Outras coleções aparecem junto a pesquisa e descoberta de determinado assunto até então pouco explorado ou até desconhecido por nós como, por exemplo, um movimento artístico, mitologias, temas lúdicos e de um universo diferente daquele que estamos habituados a presenciar em nossa rotina.
Um dos grandes mestres da nossa área de formação, Paulo Mendes da Rocha, já citou que criar envolve o nosso conhecimento junto ao que está em nosso inconsciente. O que realmente surge para nós quando criamos uma coleção envolvendo motivos, causas, objetivos.
Repertório, vivência, pesquisa... Na realidade criar é um constante aprendizado.
Com isso, nós gostaríamos de expressar como foi enriquecedor criar e desenvolver a coleção Melting Stones. É verdade que nos aventuramos bastante, procurarmos nos expressar de uma forma até então desconhecida por nós mesmos. O resultado é sempre a soma de tudo que já foi citado aqui e também um pouco mais. Vemos uma coleção crescer de forma natural, quase que ganhando vida por si só, sem que seja preciso incluir novos elementos ou criar novas narrativas. Se uma joia ganha novos olhares, novas formas, novas personalidades é porque, de alguma forma, ela uniu diferentes repertórios. Nossos e também de todos vocês, que identificam suas próprias experiências e adicionam à nossa vivência um pouco do universo único de cada um. Assim foi a renovação do Claude, uma nova face de si mesmo, múltiplo.
Vinícius
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