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UNIVERSO

Nesse post estreiamos um novo formato aqui no WEETHINGS e ninguém melhor do que nosso talentoso amigo Jeferson Branco para iniciar essa série de convidados e experiências inéditas. Recentemete, Jeferson visitou a casa da potente artista plástica brasileira Tomie Othake a convite de seu neto, Rodrigo Othake, e compartilhou com a gente a história e os sentimentos dessa visita, junto com fotos de sua autoria.


A residência localizada no bairro Campo Belo, zona sul de São Paulo, é um marco arquitetônico que Jeferson descreve a seguir:




“Simples, mas jamais simplista: Casa da Tomie Ohtake, uma Obra de Ruy Ohtake”



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No efervescente universo da arquitetura brasileira em um recorte de espaço e tempo paulista na década de 1980, a casa de Tomie Ohtake, projetada por seu filho Ruy Ohtake, surge como uma obra que rompe paradigmas. Imersa em uma fusão poética entre arte e arquitetura, essa residência não foi apenas um lar, mas uma ode à estética moderna e uma reverência ao legado de Tomie, uma das artistas plásticas mais ovacionadas do Brasil.


Concluída ao final da década, a casa localizada em São Paulo reflete a sinergia única entre mãe e filho. Ruy, influenciado pela vivacidade artística de Tomie, onde a máxima invertida também é verdadeira, desafiou os conceitos tradicionais de espaço doméstico, criando não apenas uma residência, mas quase que um santuário de geometrias, luz e texturas.


Diferenciando-se em sua forma externa, a casa rejeita o prisma ortogonal convencional, priorizando, ao invés disso, curvas que evocam movimento e fluidez, características reverenciadas nas obras de Tomie. Essa escolha estilística não foi apenas um tributo à matriarca, mas também uma afirmação do movimento artístico e arquitetônico que ambos, mãe e filho, representam.


Internamente, a casa de Tomie é um diálogo constante entre o concreto e o ambiente externo natural, onde janelas amplas permitem que a luz revele os detalhes meticulosos do interior. Cada quarto foi concebido como uma moldura viva, com espaços que, apesar de sua modernidade e minimalismo, são aquecidos pela presença constante de obras de arte, na sua maioria criadas pela própria Tomie, bem como obras presenteadas por outros amigos artistas.


No entanto, o que realmente solidifica a importância desta casa no contexto cultural brasileiro é como ela serve como um relicário do processo criativo compartilhado entre Tomie e Ruy Ohtake. A residência é mais do que arquitetura; é uma narrativa que conta a história de uma família imersa na busca constante pela expressão e inovação artística, visto as duas ampliações que a casa passou sempre em busca de espaços adequados para as criações de Tomie.


A casa de Tomie Ohtake permanece até hoje como um monumento à inventividade e ousadia, características que definiram a carreira de Tomie e Ruy, e a influência de sua arte no panorama cultural. Mais do que isso, estabelece-se como um testamento duradouro da admiração do filho e sua dedicação em imortalizar o ethos de sua mãe em cada espaço, curva e sombra de sua magnífica criação.




Jeferson Branco



Sobre o autor: Jeferson Branco é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela UNIVALI e pela Califórnia Baptist University. Desde 2017 vem acumulando importantes prêmios em concursos e mostras nacionais e desde 2020 atua como diretor criativo em seu escritório homônimo, no qual desenvolve projetos de arquitetura, nas mais diversas escalas, em todo o Brasil e na Flórida, nos Estados Unidos. Além de constantes convites para ministras palestras, Jeferson também cria e desenvolve projetos de mobiliários com parcerias exclusivas. Sua relação com a WEE começou em um evento que realizamos no Cartel011 em 2022 onde compartilhamos um pouco de nossas histórias e instantaneamente conectamos os universos criativos de cada um.


  • 17 de ago. de 2023
  • 2 min de leitura

claude cahun

Claude Cahun, artista com multiplicidade conjuntural a frente de seu tempo. Desenvolvendo trabalhos esculturais e escritos foi com fotografia que Claude explorou a fundo múltiplas formas de se reconhecer, expressar e questionar dualidades e reconhecimento de gêneros.


" Sob esta máscara, outra máscara. Eu nunca acabarei de mostrar todas estas faces " - Com auto retratos que exploravam diferentes representações de si, havia negações de feminilidade e ao mesmo tempo provocações estéticas de ser mulher à época do Movimento Surrealista. Movimento que pouco explorou e projetou Claude se compararmos à demais artistas de seu tempo.


Autenticidade que ia além de obras e trabalhos, Claude Cahun, na realidade, se chamava Lucy Renee Mathilde Schwob por batismo, mas, adotou Claude como identidade que não definia gênero. Junto de Marcel Moore (Suzanne Malherbe, por batismo) e dupla amorosa e profissional, trabalhou temas de inconsciência, fantasia e distorções de objetos comuns, tendo como identidade obras colaborativas e com frequente mistura de dois corpos como unidade criativa.


Mudou-se de França para Inglaterra e por fim viveu em Jersey (Canal da Mancha) fugindo de perseguições nazistas à judeus e homossexuais, ainda assim, junto de Marcel, combateu e expôs atrocidades nazistas através de textos compartilhados com demais artistas e panfletos distribuídos por Claude e Marcel à população.


Com reconhecimento mais profundo a partir de 1990, teve obras expostas em São Paulo (34º Bienal / 2021). Mas, ainda com pouca abrangência, Claude tem força contemporânea, e até mesmo a frente de nosso tempo, em obras potentes e capazes de provocar infinidade de debates relevantes sobre óticas de sociedades, sentimentos e (re)conhecimento humano.


Multiplicidade, transformação, constância e originalidade são palavras chave que definem Claude Cahun para nós, inspiração que surgiu em Melting Stones (acervo limitado) e que se faz presente em Claude - acervo permanente, múltiplo e em constante mutação.



Vinícius





  • 24 de mai. de 2023
  • 2 min de leitura

Esse ano celebramos mais um ciclo. Ao todo já são 5 desde que eu e a Talita idealizamos a WEE. Recém formados em Arquitetura e Urbanismo pode-se dizer que começamos a explorar o universo das joias quase como um hobby. Foram alguns meses aprendendo na bancada o trabalho de ourivesaria que resultou em uma linha 100% produzida por nós e vendida praticamente apenas para amigos e familiares.

Foi ali que se deu o início da WEE, com a vontade de continuar materializando não apenas a estética que enxergamos como própria do nosso tempo e da nossa verdade, mas também em materializar o conceito de uma identidade múltipla e ao mesmo tempo única, que, ao se utilizar do design e da linguagem da moda, é capaz de potencializar personalidades sem sobrepor estilos e ideais padrões, que buscam mais definir do que somar. E, é claro, nossa vontade estava em realizar isso através dessas pequenas esculturas.


Incontestavelmente amadurecemos muito desde então, e a maior importância do acervo LOOP é esse resgate a nossa essência.  Seu nome carrega a importância dessa simbologia cíclica, ao mesmo tempo em que faz alusão ao movimento rodopiante dos pins e anuncia constantes e infinitas possibilidades, também traz a ideia de revisitar e reimaginar nosso passado, presente e futuro, uma constante espiral da nossa história, que mais do que nunca se prova com uma forte base.


Nós traçamos um paralelo criativo entre nosso primeiro acervo GEOMÉTRICOS e o recém apresentado LOOP, onde trabalhamos o ideal de que joias devam ser sofisticadas e ao mesmo tempo descontraídas, elegantes e também fortemente urbanas. Porém, hoje apresentamos uma versão mais dinâmica dessa essência criativa, joias que exploram mais o tridimensional e com possibilidade de personalização, que alinham nossa personalidade e o tempo.


No desenvolvimento da LOOP exploramos mais do que nunca as possibilidade que as ferramentas digitais nos oferecem, estudando questões ergonômicas e de usabilidade alinhadas à estética pretendida, uma experiência que permitiu transformar tanto o desenho quanto o comportamento das joias, e somou os dois campos para trazer um resultado final mais do que satisfatório. Sem dúvidas mergulhar ainda mais no universo digital é uma de nossas premissas, ainda assim, é impossível imaginar a construção de onde queremos chegar sem considerar o trabalho manual minucioso de todos os artesãos que vem acompanhando nossa trajetória, falar de joias sem essa mão de obra que nós denominamos como artística é impossível sob nossa ótica.


Novamente retomamos parte da nossa essência que foi exclusivamente manual no início da WEE, sem o auxílio de tecnologias 3D, prototipagem ou qualquer facilidade que os computadores pudessem dar, na época transformamos desenhos do papel diretamente em joias produzidas na bancada. E essa etapa do trabalho humano é, além de essencial, uma premissa em cada criação nossa, porque sem ela perdemos muito do valor intrínseco de uma joia.


Com isso, apresentamos no acervo LOOP um pouco dessa nostalgia misturada às nossas intenções futuras, um ponto de encontro importante para a história da WEE, celebrando esse ciclo que se completa e também se abre para alcançar tantos novos.


Vinícius


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